Não é a maior dor do mundo, sofrida por um coração
A de uma mãe
que espera um simples pedaço de pão.
Mendiga, implora,
chora um choro triste,
Ao deparar com seu
filho largado num canto
Cansado, doente
morrendo de fome!
Pensa, indaga,
questiona...
Que tamanho erro
cometi,
Para ver sofrendo
assim, aquele que pari?...
Parto difícil aquele,
confuso até o final
Mas, para surpresa
de todos,
Sobrevivemos os
dois,
Para que?
Ver morrer aos
poucos depois a quem tanto amor dediquei...
Não, não é a maior
dor aquela que a mãe sente
Ao ver seu filho
tão amado, sofrendo, doente
A carência, a fome
o abandono do mundo.
Para a fome tem
jeito, basta haver compaixão.
Mas, para a mãe
que sofre vendo seu filho no chão,
Sangrando,
olhando, suplicando atenção,
Não há dor no
mundo que se compare,
A dor da
separação.
Ver aquele que
pariu, humilhado, largado,
As margens da
sociedade, cruel e mordaz,
Pela falta de
oportunidade,
A mesma que fala
de direitos iguais!!!
Há os fracos, que
buscam outros caminhos,
Drogam-se, viciam,
roubam, matam,
Mais esse meu
filho amado, nada fez para ser humilhado,
E acabar sendo jogado
numa poça, ensanguentado.
Com muito esforço,
se preparou, "-Era letrado o menino"...
- Se dedicou só
boas notas tirou,
Foi até
condecorado na escola que estudou!
E mataram meu
menino sem dar tempo para abraço,
Que me prometerá
ao sair.
- Volto logo, ele
dizia, com a oportunidade nas mãos,
Vou te fazer minha
rainha, te dar roupas, casa linda,
Para tudo há
solução.
- Ao voltar, te
dou o abraço, da vitória conquistada,
Vou te levar para
jantar, se enfeita, hoje é minha convidada!
Agora, olhando meu
filho jogado, escorraçado e humilhado,
Retiro de suas
mãos um papel dobrado,
Lá dizia, é o mais
novo contratado, de uma multinacional.
E mataram meu
menino, pelas roupas que vestia,
Pelo lugar que
morava e pela cor que ele tinha...
Adeus meu filho,
vai embora...
O mundo tem jeito
não!...
Essa é a maior dor
do mundo,
Tirar dos braços
da mãe, um abraço tão esperado,
Por julgar,
imaginar, supor, ser um marginal para sociedade,
Aquele que não
teve sequer o direito de defender vivendo, a sua própria cor, a sua
identidade!...
http://www.youtube.com/watch?v=ELKpKwG4rzo
Triste... e lindo... Chorei...
ResponderExcluirAmei a poesia. Muito bem escrita e retrata o cotidiano que infelizmente não nos impressiona mais tanto como antes...a violência é fato lamentável! Enquanto eu lia, lembrava da música "Meu guri" de Chico Buarque que você tão bem usou como ilustração do texto. Muito bom! PARABÉNS!!
ResponderExcluirLindo demais Nivia me emocionei muito com este texto.
ResponderExcluirSucesso sempre!
Jeisa
muito lindo tiaaa , como todos os textos que você escreve. Beijos Danny *-*
ResponderExcluirlindo tia , como todos os textos que vc faz . Beijos Danny
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