sábado, 23 de junho de 2012

A Maior Dor do Mundo...



Não é a maior dor do mundo, sofrida por um coração
A de uma  mãe que espera um simples pedaço de pão.
Mendiga, implora, chora um choro triste,
Ao deparar com seu filho largado num canto
Cansado, doente morrendo de fome!
Pensa, indaga, questiona...
Que tamanho erro cometi,
Para ver sofrendo assim, aquele que pari?...
Parto difícil aquele, confuso até o final
Mas, para surpresa de todos,
Sobrevivemos os dois,
Para que?
Ver morrer aos poucos depois a quem tanto amor dediquei...
Não, não é a maior dor aquela que a mãe sente
Ao ver seu filho tão amado, sofrendo, doente
A carência, a fome o abandono do mundo.
Para a fome tem jeito, basta haver compaixão.
Mas, para a mãe que sofre vendo seu filho no chão,
Sangrando, olhando, suplicando atenção,
Não há dor no mundo que se compare,
A dor da separação.
Ver aquele que pariu, humilhado, largado,
As margens da sociedade, cruel e mordaz,
Pela falta de oportunidade,
A mesma que fala de direitos iguais!!!
Há os fracos, que buscam outros caminhos,
Drogam-se, viciam, roubam, matam,
Mais esse meu filho amado, nada fez para ser humilhado,
E acabar sendo jogado numa poça, ensanguentado.
Com muito esforço, se preparou, "-Era letrado o menino"...
- Se dedicou só boas notas tirou,
Foi até condecorado na escola que estudou!
E mataram meu menino sem dar tempo para abraço,
Que me prometerá ao sair.
- Volto logo, ele dizia, com a oportunidade nas mãos,
Vou te fazer minha rainha, te dar roupas, casa linda,
Para tudo há solução.
- Ao voltar, te dou o abraço, da vitória conquistada,
Vou te levar para jantar, se enfeita, hoje é minha convidada!
Agora, olhando meu filho jogado, escorraçado e humilhado,
Retiro de suas mãos um papel dobrado,
Lá dizia, é o mais novo contratado, de uma multinacional.
E mataram meu menino, pelas roupas que vestia,
Pelo lugar que morava e pela cor que ele tinha...
Adeus meu filho, vai embora...
O mundo tem jeito não!...
Essa é a maior dor do mundo,
Tirar dos braços da mãe, um abraço tão esperado,
Por julgar, imaginar, supor, ser um marginal para sociedade,
Aquele que não teve sequer o direito de defender vivendo, a sua própria cor, a sua identidade!...



http://www.youtube.com/watch?v=ELKpKwG4rzo



5 comentários:

  1. Amei a poesia. Muito bem escrita e retrata o cotidiano que infelizmente não nos impressiona mais tanto como antes...a violência é fato lamentável! Enquanto eu lia, lembrava da música "Meu guri" de Chico Buarque que você tão bem usou como ilustração do texto. Muito bom! PARABÉNS!!

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  2. Lindo demais Nivia me emocionei muito com este texto.
    Sucesso sempre!
    Jeisa

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  3. muito lindo tiaaa , como todos os textos que você escreve. Beijos Danny *-*

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  4. lindo tia , como todos os textos que vc faz . Beijos Danny

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Seu comentário é muito importante para mim. Obrigada por ler!