domingo, 23 de agosto de 2015

Soneto Final...


Se eu soubesse teria te abraçado ainda mais naquele dia,
Teria te prendido com força, num beijo longo e proibido.
Teria dito eu te amo, com todas as palavras e rimas,
Teria tatuado meu corpo ao seu naquele dia!
Se eu soubesse, teria falado baixinho palavras indecentes,
Teria inventado para você uma poesia,
Teria cantado a mais linda melodia,
Teria rasgado todos os véus e fantasias!
Se eu  soubesse teria desejado ainda mais os seus "achismos"
Teria escutado mais seu coração,
Teria recriado muito mais a nossa história,
Teria esculpido seu sorriso de paixão!
Se eu soubesse que um dia acordaria
E não teria mais suas mensagens de bom dia,
Teria arquivado uma a uma, assim como guardei a sua voz no coração,
Teria inventado um universo,
Teria repensado a trajetória
De tudo feito até aqui!
Se eu soubesse que você iria embora,
Como disse tantas vezes que temia,
Se soubesse que aquele seria nosso último dia...
Lutaria o quanto fosse necessário,
Tentaria  ainda que de modo contrário,
Tudo mudaria se eu soubesse que você não voltaria...


sábado, 8 de agosto de 2015

Assim Nasce um Pai...



Ontem com sorriso de conquista,
Alguem a esperava no portão,
Sem saber que o destino reservava,
Num olhar de extrema adoração,
Algo bem mais que desejado,
A continuidade, o elo entre amor e paixão!
Uma noticia que não se esperava,
Moveu céus e chão ao mesmo tempo,
A incerteza do que se aguardava,
Criava medo, angustia, aflição,
Tudo no mesmo plano, ali no peito,
E no rosto um certo ar de mansidão,
Formavam rugas precoces, inexistentes,
Que uma responsabilidade ainda ausente,
Do que se formaria no futuro,
O ser que se gerava no presente.
O primeiro choro, não foi dele, foi do pai
Como criança chorava internamente,
Segurando nos braços sua parte frágil,
Pensando certamente que jamais se tornaria ausente!
Estaria ali todos os momentos,
Cada passo seria acompanhado,
Não tiraria os olhos de sua semente,
Até ver germinar uma nova nascente,
Dos olhos tão pequenos, mas, já imponentes,
E mãos que cabiam em suas mãos...
Seu filho cresceu, passou depressa,
A primeira bola, a velha bicicleta,
O riso das piadas indiscretas,
O orgulho estampado nas conquistas...
A escolha, as opções, tudo compartilhado,
Fez na mente do pai, tudo passar.
Os momentos, dos mínimos aos máximos,
Naquela hora, tudo fez voltar!
Formar um filho, não foi assim, tão dificil,
Criar um homem, não foi tarefa impossível,
Brigar, proibir, se negar foi preciso,
Dizer não por tantas vezes e chorar escondido,
Participar das baladas, mesmo com sono vencido,
Procurar conhecer cada um dos amigos,
Discutir futebol, aceitando nele outro time
( Que hunca havia antes torcido...)
Passar por tudo e ver que a cada passo que era dado,
Um pouco mais um homem se formava...
De tudo agora ele lembra com carinho,
A saudade do afago e dos beijinhos,
Do colo e do aperto de mão.
Mas, nada supera o maior dos momentos,
Vivido ao longo de todos os tempos,
Seu filho o chamando de PAI!...
Nascendo ali um novo homem
Do pai que um dia fez o filho
Ver o filho dar a vida ao próprio PAI...










sábado, 1 de agosto de 2015

O Vento...


Uma resposta, palavras ao vento
Que o vento leva pra lugar nenhum,
Em nada acredita, onde esvai um sonho,
Quando ao acordar, um pensamento exponho
Das imagens tardias que ao te ver compus...
Eternidade pode ser momento,
Daqueles não vividos, esquecidos ao tempo,
O que poderia crescer, morre ainda moço
Sem chances de sobrevier, foi abortado...
Das poucas palavras escritas, não faladas,
Ficaram vontades perdidas na estrada.
Se na fragilidade um sentimento cresce,
Nada saberia identificar num verso,
Todas as respostas negadas, escondidas,
Sem um saber, na angustia desmedida,
De ter errado, sem saber bem onde!
Por que não volta, não me diz o que sente?
Pra que criar um pensamento ausente?
Por não tentar, a solidão engole,
O mesmo vinho que se fez vertente!
Foi sonho apenas, ilusão doida,
Por não saber como seria a vida
Quando vivida em momentos a dois.
Foram planos, desses que se perdem,
Quando outros corpos se encontram no caminho,
Por não lutar, se perde aos pouquinhos,
O que podia ser o melhor momento ou a própria vida!
Tornam-se poeiras, soltas pelo vento.
Por que me busca se não deseja encontrar-me?
Por que atar-me nos momentos seus?
Para que dispensar o pensamento que arde,
Sem nem saber,
O que foi meu ou seu?
Não misturamos nomes,
Não trocamos juras,
O pouco que falamos, foram palavras puras,
De sonhos que escorregam pelas mãos.
Mas, se por um instante a saudade insiste,
De momentos não vividos e até palavras tristes,
Volta para saber o que restou.
Pode ser que no momento da jornada,
Onde se pensava que isso tudo não daria em nada,
Encontre o motivo eternizado,
Das palavras caladas, sussurradas
De tudo que ainda há de vir!
Pode ser que meu momento seja agora,
Pode ser que seu momento também seja,
Quem sabe, ao final dessa jornada,
Não descubra todo bem que a vida esconde,
Num abraço ou até num beijo?
Se for assim, não se despeça ainda...
Pode ser cedo para uma despedida,
Porque se for, vais partir sozinho
E que proveito terá tirado dessa tentativa?
Venha ainda que seja breve,
Procure saber quem eu sou,
E se no futuro sentir saudades,
Vai perceber que ali existia vontade,
De ficar de onde o vento o tirou!